Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo - Online first: 2024-10-07
Original article
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GRAVES’DISEASE: 18 YEARS IN A PEDIATRIC ENDOCRINOLOGY UNIT
Abstract
Abstract
Introduction
Graves´ disease (GD) is the first cause of hyperthyroidism in children. Choosing best treatment is challenging.
Objectives
To report the experience of a Pediatric Endocrinology Unit from the past 18 years in a Tertiary Hospital.
Material and Methods
Retrospective study of GD patients diagnosed from January/2000 to April 2018. Results are expressed as mean and standard-deviation, p-values <0.05 considered significant.
Results
We found 21 patients, 19 girls, 38.,0% diagnosed in the last two years. At diagnosis, mean age was 11.,94±3.,50 years, 6 patients with ophthalmopathy and 6 were pre-pubertal. Five patients presented family history of thyroid disease.
All patients received anty-thyroid drugs (ATD) as first treatment.
Mean time since diagnosis until thyroid stimulating hormone (TSH) normalization was higher for propylthiouracil (6.,50±0.,71 months [6.,00-7.,00]) vs methimazole (4.,39±2..94 months [0.,81-10.,00]) - p=0.,049. No adverse effects were reported with methimazole, one patient treated with propylthiouracil developed hepatitis.
Mean treatment duration was: PTU 40.,60±35.,54 and MMI 28.,90±13,,20 months; p=0.,282; remission rate was 23.,80%, similar for both ATD (p=0.,643) and relapse rate was 25.,00%. After TSH normalization, ATD maintenance mean time was: PTU 20.,50±2.,10 and MMI 24.,51±14.,00 months - p=0.,323. Definitive treatment was used in 8 patients, RAI in 6; one patient needed a second dose and there were no adverse reactions. After surgery, one patient developed persistent hypoparathyroidism.
Conclusions
Despite a rapid achievement of euthyroidism, treatment duration was longer than reviewed in literature and only 23.,80% of patients entered remission. Surgery and RAI were used as second line treatment options, with high rate of success and with only one reported case of adverse effects.
Portuguese abstract
Introdução
A doença de Graves (DG) é a principal causa de hipertiroidismo em idade pediátrica. A escolha do tratamento mais adequado é ainda um desafio.
Objetivos
O presente estudo pretende avaliar a experiência dos últimos 18 anos de uma Unidade de Endocrinologia Pediátrica no tratamento e seguimento dos doentes pediátricos com DG.
Métodos
Estudo retrospetivo dos doentes diagnosticados com DG entre janeiro de 2000 e abril de 2018. As variáveis em estudo foram analisadas estatisticamente e os resultados expressos em média, percentagens e desvio-padrão. O nível de significância estatística definido foi <0.,05.
Resultados
Dos 21 doentes estudados, 19 eram do sexo feminino e 38.00% foram diagnosticados nos últimos dois anos. A idade média ao diagnóstico foi 11.,94±3.,50 anos, 6 pacientes apresentavam oftalmopatia e 6 eram pré-púberes. Cinco pacientes tinham história familiar de patologia tiroideia.
Todos foram medicados com anti-tiroideus (ATD) como tratamento de primeira linha.
O tempo médio desde o diagnóstico até à normalização da TSH foi superior para o propiltiouracilo (6.,50±0.,71 meses (6-7) vs metimazole 4.,39±2,94 meses (0.,81-10.,0) - p=0.,049). Não se registaram efeitos adversos com o metimazole, um paciente tratado com propiltiouracilo desenvolveu um quadro de hepatite.
A duração média do tratamento foi: propiltiouracilo 40.,60±35,.54 meses e metimazole 28.,90±13.,20 meses, p=0.,282; a taxa de remissão foi 23.,80%, semelhantes para ambos os fármacos (p=0.,643) e a taxa recaída foi de 25.,00%.
Após normalização da TSH, o tempo médio de manutenção dos ATD foi: propiltiouracilo 20.,50±2.,10 e metimazole 24.,51±14,,00 meses - p=0.,323. Oito pacientes foram submetidos a tratamento definitivo, 6 deles a iodo; um paciente submetido a iodo necessitou de segunda dose, sem efeitos adversos. Após cirurgia, um paciente desenvolveu hipoparatiroidismo persistente.
Conclusões
Apesar de rapidamente se atingir o eutiroidismo, a duração de tratamento é superior ao encontrado na literatura e apenas 23.,80% dos pacientes entraram em remissão. A terapêutica definitiva, utilizada como tratamento de segunda linha, apresentou uma elevada taxa de sucesso sem efeitos adversoscom apenas um efeito adverso reportado.